sexta-feira, 30 de junho de 2017

A DIVINA COMÉDIA - INFERNO - DANTE ALIGHIERE

RESUMO DA OBRA

  

A Divina Comédia de Dante Alighieri possui três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. O Inferno é a primeira delas e está dividido em trinta e quatro cantos. Não existem dados precisos que confirmem a data em que Dante começou a escrever a Comédia, como ele batizou sua obra, porém, sabe-se que em 1316 seus contemporâneos já conheciam o Inferno. A viagem de Dante nos mostra essencialmente o conceito medieval de inferno, ele é guiado pelo poeta romano Virgílio e o espaço é estruturado geograficamente. No poema, são descritos nove círculos de sofrimento, os quais compõem o inferno, dentre esses círculos sete são os pecados capitais: ira, avareza, luxúria, gula, preguiça, inveja, soberba e dois são os de roubar e matar. O poema começa com a descida ao inferno retratando a atmosfera do sonho, nebulosidade e incerteza, Dante se encontra no meio da vida, aos 35 anos, perdido em uma “selva escura”. Algumas figuras símbolos do pecado surgem no canto, como o leão que representa a soberba e violência e a loba representando a cobiça. Logo ocorre o encontro com Virgílio, seu guia, ele estava no Limbo e fora enviado por Beatriz, musa inspiradora de Dante. Virgílio conta a epopéia de Enéias, em Eneida, os dois partem juntos. Santa Luzia e a Virgem Maria, aparecem na história como símbolos de graça. Virgílio guia Dante pelos nove círculos concêntricos do inferno, com todos os seus pecadores, diversos personagens históricos e seus episódios. Eles encontram os amantes de Rimini no segundo círculo e lhes é contada a história da paixão proibida que os uniu. Nota-se que os condenados não conseguem se desvencilhar de suas ações e da condição humana.  O maior pecado de todos, bem retratado durante os cantos, seria o da traição aos amigos, questão política presente. É ainda com Virgílio que Dante sobe ao Purgatório, representado por uma montanha contornada por terraços. Ao chegar ao Paraíso Terrestre, no canto XXX, Virgílio some e aparece Betariz, que agora o conduzirá, induzindo o poeta a contar suas próprias culpas. Na última parte, Paraíso, Dante percorre os nove céus até a visão final de Deus.


 

CITAÇÃO ESCOLHIDA PELO GRUPO


 

“O mestre e eu, pelo caminho oculto,

iniciamos a volta ao claro mundo;

e ao corpo lasso recusando indulto,

 

subimos, ele à frente, eu por segundo,

e as belas coisas, que é do céu contê-las,


por um círculo eu vi no céu profundo;”


Curiosidades:
"Em sua descrição do inferno, Dante coloca o diabo na camada mais profunda do lugar. Entre os seus habitantes estão centauros, minotauros e até o cão de três cabeças conhecido na mitologia como Cérbero. O inferno também seria a morada de grandes traidores, como Brutus e Judas. Aos que lá chegam, Dante descreve um portão onde está escrito “abandone toda a esperança aquele que por aqui entrar"

Opinião do grupo

 Nos chamou muito a atenção, as descrições do inferno feitas por Dante e também a maneira como os mortos agem, sempre presos ao mundo terreno, com preocupações e ganâncias humanas.

ENEIDA - VIRGÍLIO

RESUMO DA OBRA

  

 Eneida é um poema épico que foi escrito no século I a.C. pelo poeta romano Virgílio e publicado após sua morte, em 19 a.C. A obra trata da história de Roma, desde a origem, o poder e a expansão do Império Romano.Enéas (ou Enéias), o protagonista da obra, foi um troiano sobrevivente da Guerra de Tróia. Perde o pai, a esposa e a terra, vai enfrentar seu destino no mar. Enéias e seus companheiros são recebidos em Catargo pela rainha Adido, ela pede que ele conte suas aventuras durante o banquete que lhes oferece. Ele conta sobre o cavalo, presente dos gregos e sobre a tentativa de levar o pai, a esposa e o filho para as montanhas, na qual apenas o filho sobrevive. Adido se apaixona por Enéias, por conta de um cupido que a possui, acaba conquistando o herói. Os dois se amam em uma caverna. Júpiter manda Mercúrio lembrar Enéias de suas prioridades e compromissos, ele deve partir de Catargo para a região do Lácio e lá fundar uma cidade, já que Tróia foi destruída. Ele resolve fugir e Adido ao saber, furiosa, amaldiçoa-o e pede que a irmã o convença a ficar mais um pouco, mas ele não se deixa levar. A rainha planeja se matar e o acaba por fazer, deixando a irmã desesperada. Enéias desce ao inferno, vê Adido e os gregos. Encontra também seu pai que lhe mostra seu futuro e o de Roma, os monarcas e descendentes da nação. Chegando ao Lácio, é recebido pelo rei dos latinos que lhe oferece a mão de sua filha em casamento. Turno, que amava Lavínia, a filha do rei, tenta atingir os troianos cercando o acampamento e colocando fogo. Com a ajuda do deus Netuno, o fogo é apagado. Enéias e Turno entram em combate, este acaba morto. Enéias funda uma colônia troiana no Lácio e se casa com Lavínia.


Trecho escolhido pelo grupo:
“Mal embebe, enfuriado o herói vozeia:
“Que! tu me escaparás dos meus com presa!...
Nesta ferida imola-te Palante,
Palante vinga-se em teu ímpio sangue.”
No peito aqui lhe esconde o iroso ferro:
Gelo os órgãos lhe solve, e num gemido
A alma indignada se afundou nas sombras.”



Curiosidade:
"Na Idade Média, Dante Alighieri transformou Virgílio em seu guia, na figura que o conduziu pelo Inferno e Purgatório (as duas primeiras partes da Divina Comédia, obra de Dante)."

Opinião do grupo

Gostamos muito de embarcar nessa leitura, pois através da versão de Virgílio sobre as origens de Roma, conhecemos o pensamento, o palco político e vimos ser enaltecido um homem que marcou a história de uma civilização. Eneida é mais do que um livro sobre heróis, é uma lição de história sobre uma época fantástica de Roma.



AS BACANTES - EURÍPEDES

RESUMO DA OBRA

As bacantes é uma tragédia grega escrita por Eurípedes, estreada provavelmente na Macedônia   em 405 a.C. Conta a história de Dionísio, o deus do vinho que retorna a Tebas para vingar sua mãe Sêmele.
Zeus se apaixona por Sêmele e ao engravidar de Zeus sua família acredita que a mesma esta gestando um bastardo e não um filho do Deus do Olimpo. Quando Hera descobre, para vingar-se induz Sêmele a pedir para ver a forma original de Zeus, que é um raio e Zeus não podendo descumpriu o que prometera o fez, causando assim a morte da mãe de Dionísio, Zeus então costura o feto em sua coxa até o seu desenvolvimento.
Após peregrinar por pela Ásia Menor, Pérsia e Arábia Dionísio chega a Tebas e queria esse a vingança por sua mãe e ser reconhecido como divindade.
Penteu não aceitando isso, manda prender todos aqueles que participarem do culto a Dionísio. Com isso, o próprio Dionísio acaba sendo preso, mas não fica por muito tempo. Ainda sem acreditar nele como Deus, Penteu manda-o encarcerar mas o filho de Zeus provoca um terremoto em Tebas e consegue sua liberdade com a ajuda das bacantes.
As bacantes são mulheres seguidoras de Dionísio, eram mulheres livres e desregradas, o que trazia descontentamento em todas as tribos em que passavam.
Chega aos ouvidos de Penteu que as bacantes estavam sobre o monte Citérion realizando seus ritus, amamentando animais, fazendo brotar leite e agua da terra e que nem armas dos homens conseguiam atingi-las, destroçavam animais com as próprias mãos.
Dionísio aproveitando da curiosidade de Penteu sobre as bacantes o induz a vestir-se de mulher e subir ao monte para vê-las. Este sobe até a arvore mais alta. Dionísio chega à elas gritando sobre o intruso. Enlouquecidas essas começam a tentar derruba-lo da arvore, sua mãe Agave e suas tias que também estão alucinadas, conseguem pega-lo e o destroçam com as próprias mãos.
Agave ainda alucinada segue ao reino com a cabeça do filho em mãos acreditando ser a cabeça de um leão, mostra a Cadmo com orgulho sua conquista e quando sai de transe percebe então o que carrega. Vingado Dionísio então decreta o exilio da sua família, agave e as irmão são exiladas, fadadas a vagar a deus dará, Cadmo e sua esposa também exilados viram serpentes.

CITAÇÃO ESCOLHIDA PELO GRUPO

 
“Cadmo: E agora de quem é a cabeça que nos teus braços sustém?

Agave: De um leão; assim diziam as minhas companheiras de caça.

Cadmo: Olha agora bem; pequeno esforço te custará.

Agave: Que comtemplo? O que trago nas minhas mãos?

Cadmo: Observa-a e reconhece-a melhor.

Agave: Eu vejo, ò desventurada, uma dor desmedida!

Cadmo: Ainda te parece que se assemelha a um leão?

Agave: não. A cabeça de Penteu eu seguro, ò desventurada!”

Curiosidades:

"Kraemer (1979, p. 57) afirma que a adoração de Dioniso na Grécia, por volta do século VII a.C, foi inicialmente associada com os festivais rurais que ocorriam no início da primavera. As representações do deus nos mitos e na arte o retratavam de três formas: como uma criança, como um jovem andrógino com belos cachos e pele alva e, também, como um homem maduro com barba. Dioniso era frequentemente relacionado com representações fálicas, incluindo uma procissão chamada phallophória, na qual os adoradores desfilavam pelas ruas carregando imagens em forma de falos. Os festivais dionisíacos compartilhavam de uma licença temporária para a embriaguez e para a expressão sexual – características dos festivais rurais. Dioniso também era considerado uma das divindades responsáveis pela fertilidade dos homens, dos campos e rebanhos de animais. Essas Dionísias rurais não eram restritas a um só sexo, mas envolviam a participação de toda a comunidade na invocação da proteção do deus, ocasião na qual pediam bênçãos e agradeciam a abundância nas colheitas."

OPINIÃO DO GRUPO



Imaginávamos que haveria mais situações caóticas de sedução e animalidade e nos pareceu que há uma lacuna entre o desenrolar da tragédia e seu desfecho, como se tudo tivesse acontecido rápido demais. Também não compreendemos muito o que causava a atração total das mulheres às ninfas, talvez por desconhecimento nosso em relação aos deuses e deusas da mitologia grega. O que achamos mais interessante na obra foi a trapaça de Dioniso em relação a Perseu e também a “cegueira” de Ágave em relação ao assassinato do filho. A questão da cegueira remeteu à trilogia tebana, em que esse elemento é bem importante.






ANTÍGONA - SÓFOCLES



RESUMO DA OBRA

 

Antígona é a última parte da Trilogia Tebana de Sófocles, também composta por Édipo Rei e Édipo em Colono. Foi encenada pela primeira vez em 441 a.C., em Atenas. Conta a história de Antígona, uma das infelizes filhas de Édipo e Jocasta, que após a condenação do pai e a batalha entre a cidade de Tebas e o exército dos Argivos, onde seus irmãos Etéocles e Polinice mataram um ao outro lutando em lados opostos, reivindica o direito de sepultar o irmão Polinices. O duelo aconteceu porque o primogênito Polinices, que reivindicou o trono quando Édipo foi afastado do reino e acabou sendo expulso da cidade por Creonte, sentiu-se injustiçado e se revoltou contra Tebas, porém seu irmão mais novo Etéocles lutou contra ele, em defesa de Tebas, o que resultou na morte de ambos. 

Creonte, que assumiu o reinado da cidade após as sucessivas tragédias que se abateram sobre a família de Édipo, decretou que Etéocles seria sepultado com toda a honra por ter morrido lutando por Tebas, enquanto Polinices, por ter se voltado contra a cidade, não mereceria entrar no Hades (mundo dos mortos), e, portanto, proibiu terminantemente que qualquer um o sepultasse. Antígona não aceitou a ordem e decidiu sepultar o irmão mesmo sabendo do risco que correria. Pediu à irmã, Ismênia, que a ajudasse. Esta, porém, teve medo de desobedecer ao rei, aceitando a posição submissa que era imposta às mulheres. Tentou convencer Antígona de desistir do plano, o que resultou em uma briga entre elas. Antígona, sozinha, sepultou Polinices, porém tornaram a desenterrá-lo a mando do rei.

Creonte ficou furioso por ter sua ordem desobedecida, ainda mais por uma mulher, e, pior ainda, pela audácia de ela não se arrepender – pelo contrário– exaltar que as ordens do rei de nada valiam diante dos direitos concedidos pelos deuses para os mortos. Ismênia se arrependeu de não ter ajudado Antígona e tentou partilhar do castigo da irmã, porém ela não consentiu. Tentou, então, dissuadir Creonte, apelando que pensasse em seu filho. Mesmo sendo Antígona noiva de seu filho Hêmon e do próprio ter lhe aconselhado a não puni-la, avisando que o povo de Tebas dava razão a Antígona (ainda que em um primeiro momento tenha dito ao pai que o apoiava na decisão de impedir Antígona de sepultar o irmão), Creonte manteve a decisão de sepultá-la viva, o que causou uma briga entre pai e filho.

Diante disso, o adivinho Tirésias falou para o rei que sua teimosia estava irritando os deuses, e que ele sofreria o mesmo mal que causou. Contrariado, mas muito assustado, ele se apressou em sepultar Polinice e libertar Antígona, mas chegou tarde demais, Antígona havia se enforcado com os cadarços de sua roupa.  Hêmon entrou em desespero ao vê-la morta, e quando Creonte tentou fazer com que se afastasse, sacou a espada enfurecido e voltou contra si mesmo a espada, morrendo logo depois abraçado à noiva. Eurídice, ao saber da morte do filho, também se matou, pedindo que todas as desgraças recaíssem sobre Creonte. Então, Creonte teve toda a alegria de sua vida destruída, desejando nada além da morte.

PERSONAGENS 

Creonte 

Creonte é um personagem com papel central nas tragédias que compuseram a trilogia tebana de Sófocles –Édipo Rei, Édipo em Colono e Antígona. Como uma espécie de guardião das leis da cidade de Tebas, sua intervenção é fundamental para que o destino trágico aconteça, tanto de Édipo, em Édipo Rei, quanto de Antígona, filha de Édipo, na tragédia que encerra a trilogia. Em Antígona, a trama se passa principalmente entre Creonte e Antígona, herdeira da desgraça sofrida pelos pais Édipo e Jocasta e pelos irmãos Polinices e Etéocles, que duelaram até a morte quando o primogênito se voltou contra Tebas por não ter tido o direito de assumir a posição de rei após a condenação do pai. Também Ismene, irmã de Antígona, aparece na tragédia, tentando dissuadir a irmã do enfrentamento contra Creonte, que assume a condição de rei. Creonte entra em cena em um discurso aos anciãos de Tebas após o desfecho trágico da disputa entre os descendentes de Édipo. Neste discurso determina o direito à sepultura somente a Etéocles, que teria morrido lutando pela pátria, e condena Polinices a ficar insepulto, tornando-se seus restos mortais alimento de abutres e outros animais. Abre-se, aí, o conflito central da trama: Antígona não acata a decisão de Creonte e enterra o irmão. Em um diálogo tenso com Creonte, ela reivindica o direito de sepultar o familiar lançando mão do argumento de que as normas divinas prevalecem sobre as ordens dos homens.  Diante da insubordinação da sobrinha, Creonte ordena sua prisão e tem o apoio de seu filho Hémon, noivo de Antígona. No entanto, aconselhado por Corifeu após escutar críticas de Tirésias, Creonte decide libertá-la. Como já previsto na estrutura da tragédia, era tarde demais, o destino havia sido cumprido e Antígona foi encontrada morta antes que Creonte pudesse libertá-la. Hémon, acreditando que a morte fora causada por seu pai, também se suicidou. Creonte, então, padeceu do erro de ter contrariado as leis divinas.

            Nas duas tragédias, Creonte se coloca de modos diferentes. Em Édipo Rei cumpre à risca o mandato divino, tanto ao empossar Édipo soberano de Tebas, como ao destituí-lo do poder. Já em Antígona, o poder parece prejudicar o seu julgamento, já que toma medidas arbitrárias que não correspondiam à determinação divina. Como consequência, padece do destino que lhe tira o filho, morto por culpa de seu erro.


CURIOSIDADES

Etimologicamente, Antígona significa: aquela que se coloca adiante de sua família ou do meio em que vive (anti = diante de + goné = nascimento ou origem).

Antígona representa o amor, a igualdade e respeito pelo próximo. Já seu tio Creonte representa o Estado e suas leis absolutas, acima de laços familiares.


POEMA AUTORAL

Eis aqui a pessoa que tu realmente és,

Vede-te; vês se enxergais a ti ou a outrem,

Acumula-te dá sensação incomum do viés.

Fostes tu próprio que deixou enganar.



Saibas, que a verdade que teus olhos carreguem

Não serás, nem nunca foi, própria do teu lamento.

Assim como tua sombra contigo não está a andar,

A sombra de outrem se apropria do teu pensamento



Diz não querer destes

Indaga-me não precisar do comum,

Mas comum tu és, só esquecestes



É destes, quando solitária,

Que em outrora pude ver como realmente és

Hoje, receio ter escapado de ti a identidade.



Este poema seria um complemento à discussão que Antígona tem com sua irmã, no momento em que ela (colocamos o nome dá irmã na vez de "ela") diz que é errado ir contra as ordens do rei e decide não ajudar no sepultamento do irmão.

Antígona no seu ato de compaixão e busca pelos direitos do irmão mostra a luta pela busca da identidade do indivíduo que sempre se submete à sombra do rei, rejeitando seus valores e assentindo a quaisquer decisões.

(SILVA, Marcos)

Citação escolhida pelo grupo:

"Antígona – Quero teu auxílio para enterrar um morto.

Ismênia – O morto que Tebas renegou?

Antígona – O morto que se revoltou. Ajudarás a inumar o cadáver de nosso irmão?

Ismênia – Queres de fato sepultá-lo, ainda que o decreto e Creonte se estenda a toda a cidade?

"Antígona – Nenhum dos dois é mais forte do que o respeito a um costume sagrado. Policine era tão meu irmão quanto teu, embora recuses a tua ajuda. Ninguém poderá me acusar de não cumprir um piedoso dever.
Ismênia – Insana! Ousas enfrentar a proibição de Creonte?
Antígona – Ninguém tem o direito de me obrigar a tamanha impiedade!
Ismênia – Pobres de nós! Lembra, minha irmã, como nosso pai foi aniquilado pelo ódio e pelo opróbrio, quando, revelados seus próprios crimes, mutilou os olhos com as próprias mãos! E também sua mãe e esposa, duas mulheres em uma só, que acabou com a própria vida em uma corda ignomiosa! Lembra, por fim, de nossos irmãos, mortos no mesmo dia, desgraçados, dando-se mutuamente a morte! Agora só restamos nós... pensa no fim ainda mais terrível que nos espera se contrariarmos o decreto e afrontarmos o poder de nosso rei! Convém também lembrar que somos mulheres e não temos poder algum e estamos submetidas aos mais poderosos. Por isso, somos obrigadas a obedecer a suas ordens, pro mais que nos contrariem. Por mim, não tendo como resistir aos poderosos, peço perdão a nossos mortos: acatarei a ordem do rei. Seria insanidade tentar aquilo que vai muito além de nossas forças!"

OPINIÃO DO GRUPO

Antígona que da nome a obra é uma personagem nascida do fruto incestuoso de Édipo com a mãe Jocasta, de “Édipo Rei”, leitura anterior que nos facilitou no entendimento dessa. Foi muito interessante observar a coragem dela, ao querer conceder um enterro digno ao seu irmão Polinices. O empenho em cuidar do irmão, dando-lhe uma sepultura digna, e o enfrentamento que faz ao rei Creonte, parecem muito revolucionários levando em conta a rigidez das hierarquias da época e o lugar da mulher na sociedade grega. Antígona apoia-se nos deuses e é fiel a suas leis até o final, não se submetendo ao autoritarismo do rei. Mesmo maculada pelo destino que se abateu sobre seus pais e irmãos, ela não se envergonha e luta pelo direito do irmão, o que a torna símbolo da justiça. Os diálogos dessa tragédia são muito íntimos, profundos e belos, o que faz, a nosso ver, com que esta obra tenha um primor estético ao mesmo tempo em que é espelho da vida em sociedade.








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