segunda-feira, 17 de julho de 2017

Odisséia - Homero

Resumo

Odisséia conta o trajeto de Odisseu (ou Ulisses), rei de Ítaca, saindo da guerra de tróia - escrita em outra obra de Homero, Ilíada -, ou seja, a obra começa a partir do fim da guerra; 10 anos após. Neste trajeto de Odisseu tentando voltar para a casa, onde ainda terá que derrotar os que acreditam que ele está morto e cobiçam sua mulher, Penélope e seus bem, ele não teve uma volta muito tranquila, então passou por diversos percalços. Nosso personagem prezava pela astúcia, inteligência, e usou isso para ajuda-lo a escapar das situações de perigo, criando estratagemas com os recursos disponíveis em cada ambiente que se encontrava, ludibriando seus adversários. Uma das grandes idéias de Odisseu, muito famosa, é o Cavalo de Tróia; onde o exército grego se escondeu dentro de um cavalo e o mesmo foi dado de presente aos troianos, assim fazendo com que quando seu exército entrasse na cidade Tróia, saísse do cavalo e derrota-se os inimigos. Em Odisséia ele precisará de muitas outras idéias para escapar de criaturas e conspirações divinas, como o ciclopes, o Canto das Sereias e outras das Situações fantásticas presentes na obra.

Curiosidades

Ciclopes: gigantes de um só olho no meio da testa.
Segundo um hino de Calímaco (poeta e gramático grego), eles eram ferreiros e trabalhavam com Hefesto (desus da mitologia) falsificando raios para Zeus. Mas, de acordo com a Teogonia, havia apenas três ciclopes. Um representando o som do trovão, outro o clarão do relâmpago e outro ainda o raio.
No livro Odisséia, de Homero, os ciclopes são caracterizados como filhos de Posídon (deus do mar), sendo uma raça de seres isolados, evitados e temidos que vivem como pastores numa ilha do Mediterrâneo. Nessa história os ciclopes viviam numa ilha em que Ulisses desembarcou. Um desses ciclopes, o Polifemo, matou e comeu alguns marinheiros que voltavam da guerra de Tróia (é por isso que os homens mantinham-se afastados deles).
Segundo a mitologia grega os ciclopes foram mortos por Apolo, filho de Zeus.

Até nossos dias surgiram já inúmeras teses sobre a existência ou não de Homero, bem como sobre a autoria dos dois poemas. Para Zenão e Helânico, Gramáticos Alexandrinos, era impossível ele ser o autor das duas obras, pois tudo indicava que a Odisséia era pelo menos dois séculos mais velha que a Ilíada. Eles eram conhecidos como Kho-rizontes, expressão que tinha o significado de ‘separatistas’. (InfoEscola)

Como na Odisséia o herói é Ulisses e não Odisseu? No caso, é interessante notar como Odisseu (’Οδυσσευ´σ) se tornou Ulisses. Como nos informa a Wikipedia no verbete Odysseus: “O nome tem diversas variantes: Olysseus (’Ολυσσευ´σ), Oulixeus (Ου´λιξευ´σ), Oulixes (Ου’λιξησ) e foi conhecido como Ulisses em Latim ou Ulixes na mitologia Romana”. 

Citação escolhida

 Palpando, a cicatriz conhece a velha,
 Nem pode o pé suster; cai dentro a perna,
 E a bacia retine e se derrama. 
Dor a assalta e prazer; nos olhos água,
 Presa às fauces a voz, lhe afaga o mento,
 E balbucia enfim: “Tu és, meu filho, 
És Ulisses; depois que te hei palpado, 
Ora por meu senhor te reconheço.”

Escolhemos está citação por mostrar ser no momento em que a criada o reconhece; a primeira pessoa a reconhecê-lo, que nos deu, em comum acordou, um êxtase de alívio depois da longa leitura e aventuras.

Avaliação

Ainda que pareça uma obra extensa demais, a Odisséia é uma ótima leitura para quem busca inspiração ou gosta da cultura Ocidental; também é possível lê-la em verso, ao invés de prosa, o que torna a leitura mais fácil e menos cansativa. Acreditamos que a obra merece uma segunda leitura, com um pouco menos de pressa, buscando se atentar aos detalhes da obra e não apenas com a intenção de chegar ao término do livro. 


domingo, 16 de julho de 2017

ROBINSON CRUSOÉ - DANIEL DEFOE

 RESUMO

Robinson Crusoé é uma "auto biografia" da personagem de mesmo nome, que nasceu em York, Inglaterra por volta de 1600, teve uma vida tranquila e confortável, com acesso à uma boa educação, e com todos os meios de ser um advogado, como esperava a família. Apesar dos conselhos e pedidos dos pais, alertando-o dos perigos e dificuldades que sofreria, ele decide se render à seu desejo, o de navegar pelo mundo em busca de aventuras, e querendo empreender.
Crusoé é um modelo do novo homem que surge com o crescente processo de mercantilização e colonização pela força, com a influência do protestantismo e de um início de iluminismo. Um sujeito, com a sua subjetividade clara e centrada, voltada para o mundo e realização de seus interesses. A narrativa se afasta dos clássicos por todas essas razões, então o destino da personagem é em maioria feito por ele próprio, que, em vez de ficar em conflitos morais, age, com a metodologia da razão. O modo como vê o mundo faz com que seja emocionalmente distante, não demonstrando ter laços afetivos ou empatia, apenas relações institucionalizadas, relacionadas à sua exploração ou de interesse econômico. Até mesmo com a família.
Ele deixou o lar, e é só quando a situação fica ruim para si, como na primeira tempestade que enfrentou, é que se lembra da família, e pensa ter feito errado ao deixá-los, fazendo a Deus promessas de retorno, que esquece logo depois que a tormenta passa. Depois tem uma parte em que ele é escravizado por turcos, é ajudado por um garoto ao qual posteriormente vende (até tem certo arrependimento depois, mas é porque ele seria útil se ainda o tivesse).
Ele vem para o Brasil explorar jeitos de ganhar dinheiro, comércio, cultivo de terras, etc. Até, em conjunto com o que ele chama de bons homens, seus sócios, parte em direção à África para trazer escravos e assim aumentar os lucros com a terra. Esse modo tão natural de ver a escravidão é chocante apesar de sabermos que era assim na época, pois ele próprio sabia como era ser escravo, e nem assim cria empatia. Nesta viagem seu navio naufraga no Caribe e apenas ele se salva, chegando a uma ilha.
Nesta ilha, ele passa 24 anos (pois tem grande necessidade de marcar o tempo) sozinho, se preocupando imensamente com sua segurança, e a partir do que consegue recuperar do navio, aprende a criar, construir e produzir inúmeras coisas. Constrói uma casa que mais parece uma fortificação, guarda várias armas e pólvora, cemeia a terra, arrebanha umas cabras da ilha, faz cestos, vestimentas, pão, queijo, etc. Depois desse tempo, ele descobre que a ilha não é totalmente deserta, que índios antropófagos fazem seus rituais lá, chegando de uma ilha próxima com barquinhos. Os observa de longe e pensa em como fazer para capturar alguns, até que um dos prisioneiros que comeriam corre para a mata em sua direção, e ele o salva daqueles que o perseguem atirando neles. Ele o nomeia de Sexta-feira, pois foi o dia em que o encontrou, o ensina o inglês, o cristianiza, e já que ele "evidentemente quer ser seu escravo para sempre", o ensina a chamá-lo de senhor (até tem uma parte em que diz amar Sexta-feira como a um filho, mas suas ações não condizem com o que fala). Eles resgatam dos índios, também um espanhol, de um navio que naufragou e o pai de Sexta-feira, que vão voltar para buscar outras pessoas nesta outra ilha próxima. Antes que retornem entretanto, um navio inglês amotinado chega à ilha, para abandonar o capitão e homens fiéis a ele, aos quais Crusoé e Sexta-feira libertam, e com estratagemas retomam o navio. E simplesmente parte para a Inglaterra (depois de 28 anos na ilha), sem esperar pelos que estavam a caminho com o espanhol e o pai de Sexta-feira, ou sequer saber o que aconteceu a eles.
Recebe de seus sócios no Brasil, que cuidaram de seus negócios, o dinheiro que lhe cabia, se casou, viveu confortavelmente.


CURIOSIDADES

  • Foi o primeiro romance inglês, e deu início às narrativas de aventura, muito apreciadas até hoje, presente em inúmeros filmes também.
  • Esse espírito empreendedor de Crusoé, foi inspirado no do próprio autor Daniel Defoe, que teve várias profissões e negócios, se jogando em empreitadas, de modo que fazia fortuna, para perde-la e fazê-la novamente.
  • Acredita-se que sua maior inspiração tenha sido a história do marinheiro Alexander Selkirk, que passou alguns anos sozinho em uma ilha deserta do oceano Pacífico, próxima a costa do Chile.
  • Foi originalmente publicado na forma de folhetim no The Daily Post.
  • As características da ilha foram provavelmente baseadas na ilha de Tobago.


CITAÇÃO ESCOLHIDA

"A vista daquele dinheiro deu-me vontade de sorrir. - Metal miserável! - exclamei. - Para que podes servir-me? Nem vale a pena que me incomode a apanhar-te: uma só destas facas é-me muito mais preciosa. Fica onde estás e some-te no fundo do mar, como um ser cuja vida não é digna de salvação!
Mesmo assim, depois deste arrebatamento caí em mim e pegando naquele dinheiro com os demais utensílios que tinha encontrado no armário, embrulhei-o."
(páginas 51-52)

AVALIAÇÃO

É um texto muito bom, que traz inúmeras questões que, infelizmente, fizeram parte da nossa história e ainda vemos hoje, o egocentrismo do homem capitalista, a apologia ao idealismo burguês da meritocracia, o eurocentrismo e o modo natural como o escravismo era visto, e seus reflexos hoje no racismo.
Mas o final não é bom, aquele ser desprezível deveria ter ficado naquela ilha para sempre.

sábado, 15 de julho de 2017

Dom Quixote de la Mancha



Resumo


Dom Quixote de la Mancha é um livro que conta as aventuras de Dom Quisada (ou Quixano), fidalgo de uma aldeia da Mancha que, amante da literatura, passava os dias a ler os muitos livros de sua biblioteca. No entanto, de tanto ler livros de cavalaria para ocupar seu tempo ocioso, passou a acreditar que também ele poderia se tornar um cavaleiro andante. O seu maior desejo era salvar donzelas em perigo, enfrentando fabulosas aventuras. Para se transformar em Dom Quixote, recuperou parte da armadura antiga de seu bisavô que há séculos estava guardada, ajeitou com massa de papelão e montou em seu cavalo magro (pangaré) que chamou Rocinante. Deu-se conta de que, como bom cavaleiro, precisava de uma dama por quem se apaixonar. Lembrou-se de uma jovem camponesa que morava em uma aldeia perto da sua e deu a ela o título de “senhora de seus pensamentos”, passando a chamá-la Dulcineia Del Toboso.


Não tardaram a começar as aventuras atrapalhadas de Dom Quixote. Na primeira saída com seu cavalo, arrumou confusão com duas camponesas que cortejou no caminho. Depois se fez armar cavaleiro em uma estalagem que pensou ser um castelo, o que atraiu a curiosidade dos hóspedes e, por fim, a situação se tornou uma grande confusão quando Dom Quixote se enfureceu com um tropeiro que tocou em sua armadura.


Após algumas confusões voltou para casa, onde ficou por 15 dias, e lá a sobrinha, o padre e o barbeiro tentaram dissuadi-lo da ideia de ser cavaleiro. Passado o período de aparente lucidez, voltou ao estado de devaneio. Um dia mandou chamar um camponês, Sancho Pança, que era seu vizinho, e o convidou a ser seu escudeiro. Em troca prometeu que se em alguma das aventuras conquistasse uma ilha, deixaria que ele fosse governador dela. Esta e outras promessas convenceram Sancho a acompanhar Quixote.


A primeira aventura de cavaleiro e escudeiro foi a batalha dos moinhos de vento, passagem em que Dom Quixote confunde moinhos com gigantes e leva a pior ao tentar enfrentá-los. Durante os dois meses em que se aventuraram juntos, muitas foram as confusões em que Quixote se envolveu e em que Sancho tentou ajudar. A maior foi quando ordenou que os bandidos das galés fossem libertados. O espírito justiceiro e benevolente do cavaleiro também lhe fez interromper os açoites de um senhor com seu empregado. Outra situação que terminou mal para Quixote foi quando confundiu um rebanho de ovelhas com inimigos.


Em certo momento da viagem, pede que Sancho escreva e entregue uma carta a sua amada Dulcineia. Ele dita a carta e espera no campo o retorno do companheiro. No entanto, o padre e o barbeiro, que estavam preocupados com o desaparecimento de Quixote, convencem Sancho de que o cavaleiro não está bem e precisa de ajuda. Fazem-no desistir de entregar a carta e lhe acompanham até próximo de onde estava Dom Quixote. O plano que inventam é de imitarem donzelas em perigo para atrair o cavaleiro de volta a Mancha. Porém, no caminho, encontram dois jovens unidos por uma história trágica. Ajudam a eles, que também se dispõem a ajudar na missão de trazer Quixote de volta para casa, o que não tem sucesso.


Dom Quixote procura sua amada em Toboso, mas já não se lembra bem de sua fisionomia. Sancho Pança, então, inventa que três jovens camponesas que passam são Dulcineia e suas damas de honra, deixando Dom Quixote satisfeito – ainda que tenha sido atingido por um repolho por uma das jovens, que não gostou nada do cortejo. Outro que intercede para levar Quixote de volta a Mancha é Sansão que, querendo agradar a sobrinha do fidalgo, se disfarça de cavaleiro dos espelhos. No entanto esse plano também não dá certo porque seu cavalo despreza o duelo.


Dom Quixote e Sancho Pança seguem seu caminho e encontram um duque e sua esposa. Tendo já lido as aventuras da dupla em livro, resolvem zombar dos dois. Inventam combates fictícios, trazendo momentos de verdadeira aventura para o cavaleiro. Além disso, fazem Dom Quixote crer que havia conquistado uma ilha permitindo com que ele cumprisse a promessa de tornar Sancho Pança governador. No último combate, que teria como consequência para o perdedor o retorno ao lar e o fim da carreira de cavaleiro andante, Quixote é derrotado por Sansão e é obrigado a retornar a Mancha. Por fim se resigna, abandona os romances de cavalaria e morre como bom cristão.






Curiosidade



Dom Quixote foi publicado por Miguel de Cervantes em 1605 e se tornou muito popular, o que fez o autor decidir continuar a história em um segundo tomo. No entanto, em 1614, enquanto terminava de escrever a continuação da história, um plagiador de codinome Alonso Férnandez de Avellaneda publicou em Tarragona um suposto segundo volume da obra. Cervantes ficou muito irritado, mas aproveitou o episódio para explorar o que podia ter de cômico. Dessa forma, fez Dom Quixote desviar do caminho de Zaragoza para Barcelona, com o propósito de questionar Avellaneda sobre sua invenção. Esta é, de fato, uma das partes mais cômicas do romance, em que o rival de Cervantes se torna personagem de sua obra.



Citação


A batalha dos moinhos de vento (capítulo VIII/ Primeira Parte)


Quando nisto iam, descobriram trinta ou quarenta moinhos de vento, que há naquele campo. Assim que D. Quixote os viu, disse para o escudeiro:


— A aventura vai encaminhando os nossos negócios melhor do que o soubemos desejar; porque, vês ali, amigo Sancho Pança, onde se descobrem trinta ou mais desaforados gigantes, com quem penso fazer batalha, e tirar-lhes a todos as vidas, e com cujos despojos começaremos a enriquecer; que esta é boa guerra, e bom serviço faz a Deus quem tira tão má raça da face da terra.


— Quais gigantes? — disse Sancho Pança.


— Aqueles que ali vês — respondeu o amo — de braços tão compridos, que alguns os têm de quase duas léguas.


— Olhe bem Vossa Mercê — disse o escudeiro — que aquilo não são gigantes, são moinhos de vento; e os que parecem braços não são senão as velas, que tocadas do vento fazem trabalhar as mós.


— Bem se vê — respondeu D. Quixote — que não andas corrente nisto das aventuras; são gigantes, são; e, se tens medo, tira-te daí, e põe-te em oração enquanto eu vou entrar com eles em fera e desigual batalha.


Dizendo isto, meteu esporas ao cavalo Rocinante, sem atender aos gritos do escudeiro, que lhe repetia serem sem dúvida alguma moinhos de vento, e não gigantes, os que ia acometer. Mas tão cego ia ele em que eram gigantes, que nem ouvia as vozes de Sancho nem reconhecia, com o estar já muito perto, o que era; antes ia dizendo a brado:


— Não fujais, covardes e vis criaturas; é um só cavaleiro o que vos investe.


Levantou-se neste comenos um pouco de vento, e começaram as velas a mover-se; vendo isto D. Quixote, disse:


— Ainda que movais mais braços do que os do gigante Briareu, heis-de mo pagar.


E dizendo isto, encomendando-se de todo o coração à sua senhora Dulcinéia, pedindo-lhe que, em tamanho transe o socorresse, bem coberto da sua rodela, com a lança em riste, arremeteu a todo o galope do Rocinante, e se aviou contra o primeiro moinho que estava diante, e dando-lhe uma lançada na vela, o vento a volveu com tanta fúria, que fez a lança em pedaços, levando desastradamente cavalo e cavaleiro, que foi rodando miseravelmente pelo campo fora.


Acudiu Sancho Pança a socorrê-lo, a todo o correr do seu asno; e quando chegou ao amo, reconheceu que não se podia menear, tal fora o trambolhão que dera com o cavalo.


— Valha-me Deus! — exclamou Sancho — Não lhe disse eu a Vossa Mercê que reparasse no que fazia, que não eram senão moinhos de vento, e que só o podia desconhecer quem dentro na cabeça tivesse outros?


— Cala a boca, amigo Sancho — respondeu D. Quixote; — as coisas da guerra são de todas as mais sujeitas a contínuas mudanças; o que eu mais creio, e deve ser verdade, é que aquele sábio Frestão, que me roubou o aposento e os livros, transformou estes gigantes em moinhos, para me falsear a glória de os vencer, tamanha é a inimizade que me tem; mas ao cabo das contas, pouco lhe hão-de valer as suas más artes contra a bondade da minha espada.


— Valha-o Deus, que o pode! — respondeu Pança.


E ajudando-o a levantar, o tornou a subir para cima do Rocinante, que estava também meio desasado.





Avaliação



A leitura de Dom Quixote agradou ao grupo, ainda que a obra seja bastante extensa. A linguagem é acessível, os capítulos são curtos e as aventuras e confusões dos protagonistas são cômicas e envolventes. A crítica às novelas de cavalaria e, ao mesmo tempo, a valorização da literatura, através desse personagem que ainda vive em nosso imaginário, é marca desse romance pré Romântico.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Os Sofrimentos do Jovem Werther - Goethe

                                 Resumo



Os sofrimentos do Jovem Werther é um romance alemão de Johan Wolfgang von Goethe, publicado em 1774. Na obra-prima de Goethe, o jovem Werther, por motivos de trabalho, está longe de sua família e amigos. Comunica-se com Guilherme, seu amigo, através de cartas nas quais narra sua história de paixão e tragédia com a jovem Carlota.

Desde o início ele soube que sua amada estava prometida a um noivo: Alberto, homem qual Werther adquiriu grande admiração e amizade desde sua apresentação.

Mas o tempo é um martírio para as almas envoltas pela paixão. Com o convívio diário, Werther apaixonava-se cada vez mais. Passeios no campo, longas conversas, poemas, todos os momentos que contribuíram para fazer com que ele se esquecesse do mundo todo e só visse importância em Carlota.

Werther, culpando-se do amor que sente pela jovem, muda-se para outra região, mas não consegue esquecer a amada, por vezes, tentou afastar esse pensamento, sabia que nunca poderia tê-la para si. A certeza cega de que ela também o amava fez com que retornasse para, mortalmente, ser atingido pela paixão.

Carlota casa-se com Alberto, que passa a ter ciúmes de Werther, este percebendo o embaraço que causa ao casal, continua nutrindo um amor platônico por Carlota. Werther promete não mais visitá-la e no último encontro com a moça, lê em voz alta, os Cantos de Ossain.

Ambos se comovem, choram, se abraçam e se beijam, mas em seguida a moça repele-o, dizendo que nunca mais quer vê-lo. Carlota sabia que amava Werther, mas também sabia que este amor era impossível. Assim, ela pediu para nunca mais vê-lo e ele assentiu.
 

O jovem Werther parte acreditando que é amado mas ciente de que é um amor impossível, resolve então suicidar-se, mandando pedir as pistolas de Alberto, alegando que ia viajar e precisava de proteção. Carlota com o coração despedaçado envia-lhe as armas. Werther dispara um tiro em sua própria cabeça e morre deixando uma carta, na qual relata seu amor por Carlota e pede que seu amigo Guilherme, console sua mãe. No dia seguinte, Werther foi encontrado morto em seu quarto. 


Citação escolhida pelo grupo

                                                                              18 de agosto
Por que é que as coisas têm de ser assim, e o que faz a felicidade do homem se transformar também na fonte de sua desgraça... 

Curiosidades

O romance de Goethe, quando publicado na Europa causou grande impacto entre os jovens, causando uma crescente onda de suicídio, tamanha foi a repercussão que alguns governos tentaram impedir a circulação da obra.

A presença do trágico, elemento que era a característica principal das tragédias gregas, mas que persiste em estilos atuais. O trágico aparece nesta obra através do desfecho, onde o protagonista suicida-se.

Existe um forte indício de tratar-se de um romance autobiográfico.  Tal como Werther, o jovem Goethe também apaixonou-se por uma mulher de nome Charlotte que estava prometida em casamento a um grande amigo seu. Ciente que não poderia concretizar seu sonho, ele decidiu mudar de cidade.

Opinião do grupo

A obra pareceu-nos muito interessante, pois revela as mazelas da alma humana, um homem lutando contra os anseios de seu próprio coração enganoso. Um jovem mergulhado em sentimentos e sensações contrárias à razão por cobiçar uma mulher casada e inacessível. Refletimos sobre as escolhas da vida e o que nos impulsiona a fazê-las.
 

domingo, 2 de julho de 2017

O BANQUETE- PLATÃO

RESUMO DA OBRA


O banquete é um diálogo produzido por Platão em torno de 380 a.C. Inicia-se o diálogo com o encontro entre Apolodoro e Glauco, onde Apolodoro que interpelado por Glauco conta como teria sido o banquete realizado na casa de Ágaton, conta assim como ouviu de Aristodemo.
Aristodemo que encontra Sócrates que está a caminho da casa de Ágaton e o convida para acompanhado.
O banquete ocorre após uma longa comemoração sobre a premiação do poeta Ágaton e após uma noite de bebedeira resolvem os participantes, Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Sócrates e Alcebíades, evitar excessos como da noite anterior e apena usar desse encontro para conversar.
Erixímago sugere então que conversem sobre o Deus do amor, Eros. E o tema foi aceito por todos.  Inicia-se então com Fedro que fala sobre o conceito de amor e que Eros existe desde o início do mundo e não há nada mais virtuoso que amar. Pausânias fala obre os dois lados do amor, sua bondade e a maldade presente nele. Erixímado usa da medicina e fala sobre a harmonia entre o corpo e a alma, Aristófanes fala que o homem desconhece o amor e da real natureza humana, que possui três gêneros e explica isso com o mito do amor romântico, onde o homem foi dividido e vive a procura de sua metade, os três gêneros apresentados por ele são o masculino masculino, feminino feminino e o masculino feminino, chamado como andrógino. Ágaton resolve enumerar os dons do amor.
Sócrates então elogia o discurso de todos e diz não saber se consegue chegar ao nível de seus companheiros, cita então o discurso que ouvira de uma sacerdotisa, a Diotima. Para ela o amor é uma carência do que seja bom ou belo, fala que o amor é uma constante busca pela posse.
Alcebíades então entra bêbado e passa a falar sobre Sócrates, fala dele como um sedutor de jovens. Com o tumulto causado por Alcebíades todos passam a beber, alguns foram embora e Sócrates apenas pela manhã deixando então Ágaton e Aristófanes dormindo.



CITAÇÃO ESCOLHIDA PELO GRUPO

“no que há de mais brando entre os seres (...) nos costumes, nas almas de deuses e de homens ele fez sua morada, e ainda, não indistintamente em todas as almas, mas da que encontre com um costume rude ele se afasta, e na que o tenha delicado ele habita.” (p.34)


CURIOSIDADES

      O que é Andrógeno:

Andrógeno (ou androgênio) é um hormônio que dá origem ao desenvolvimento de características próprias do sexo masculino, sendo o mais conhecido a testosterona.
Os androgênios foram descobertos em 1936 e foi a partir deles que se criaram os hormônios estrógenos (ou estrogênios), que são os hormônios sexuais femininos.
Portanto, andrógenos e estrógenos (ou androgênios e estrogênios) são, respectivamente, os hormônios sexuais masculinos e femininos.
Andrógeno x Andrógino
A palavra "andrógeno" é formada pela junção dos termos gregos "andro" (homem, masculino) e "gen" (sufixo que exprime a ideia de gerar, produzir). Por se utilizar algumas vezes a grafia "andrógeno" e não "androgênio", há uma certa confusão com a palavra parônima "andrógino". Andrógino é o mesmo que hermafrodita, que possui simultaneamente órgãos reprodutores (ou características) masculinos e femininos. A palavra é formada pelos termos gregos "andro" (masculino) e "gyne" (feminino)"


OPINIÃO DO GRUPO

Achamos muito interessante esse texto pelo conteúdo filosófico que traz e também pela forma como os discursos são narrados, em especial quando Alcibíades encena o amor durante o Banquete. A leitura é leve, divertida e nos aproxima dos costumes e pensamento da época. Lendo essa obra vemos como o nosso entendimento de amor não está tão distante da Grécia Clássica, portanto a forma como vemos e vivemos os afetos é muito mais cultural do que natural, biológica.

LANCELOT, O CAVALEIRO DA CHARRETE - CHRÉTIEN DE TROYES

RESUMO DA OBRA



Chrétien de Troyes escreveu esta obra em meados de 1160, a pedido de Marie de Champagne, que lhe dava apoio e proteção e era bisneta do poeta cortês Guilherme de Poitiers, o que talvez se relacione a seu interesse pelas Artes. Este romance de cavalaria, que faz parte do ciclo bretão, não foge à “fórmula” que enaltece o amor cortês: para defender uma dama vulnerável, o cavaleiro empreende uma batalha. A dama, aqui, é Guinévère, esposa do rei Artur, e a obra é parte dos “Romances da Távola Redonda”.
A história inicia na festa da Ascensão, com a corte reunida enquanto o senescal Kai, tendo dirigido o banquete, estava junto aos seus companheiros. O rei Artur é interpelado por um cavaleiro que invade o salão e que declara ter sob seu domínio parte das terras e dos povos da realeza, nada podendo o rei fazer diante disso. É desafiado a deixar a rainha ir até a floresta acompanhada de um cavaleiro de sua confiança e, no tempo oportuno, poderia tentar tomá-la de volta. Kai, ao saber o que acontecia no castelo, se aproximou do rei Artur e ameaçou partir, porém, diante das súplicas da rainha Guinévère, disse que permaneceria na corte se fosse ele o cavaleiro a acompanhar a rainha até a floresta. O rei aceitou e Kai partiu com a rainha, sendo acompanhado à distância por ele e seu sobrinho, Gawain. No entanto, durante o caminho, o cavalo de Kai foi visto sozinho e com marcas de sangue. Vindo um pouco atrás do rei, Gawain encontrou um cavaleiro armado, cujo cavalo havia sido morto. Este cavaleiro, Lancelot, pediu um cavalo e ao recebê-lo partiu em galope, sendo seguido por Gawain. Lancelot foi encontrado sem o cavalo, perto de uma charrete. Naquela época, as charretes eram usadas para carregar escravos e quem entrasse em uma delas estava destinado à má sorte, à perda da honra. Após um momento de hesitação, Lancelot subiu na charrete e, assim, começou a sua busca à rainha raptada.
A narrativa conta as aventuras de Lancelot e Gawain até encontrar a rainha, que estava sob poder de Meleagant, filho do rei Bandemagus. Ao longo da jornada, Lancelot foi se mostrando cada vez mais valente e fiel à rainha e ao Amor. Sua valentia, que teve como ponto forte a entrada no castelo de Bandemagus, em que atravessou uma ponte feita de espadas, provocou a admiração do rei, que tentou dissuadir o filho da disputa pela rainha, temendo seu fracasso. O príncipe, no entanto, era bastante orgulhoso e não desistiu. Durante a primeira batalha entre ele e o cavaleiro, estando Meleagant bastante atingido, o rei suplicou à rainha Guinévère que intervisse para que a luta fosse suspensa, o que ela fez. Meleagant não aceitou a derrota e só concordou em entregar a rainha a Lancelot com a condição de que um ano depois eles lutassem novamente, o que ficou combinado. Lancelot encheu-se de expectativa de encontrar a rainha, porém, em um primeiro momento foi rechaçado por ter andado na charrete, como os escravos. Kai, que também estava no castelo, foi quem lhe ajudou a compreender o pensamento de Guinévère. Por fim, após sequestro de Lancelot e a falsa notícia de que havia sido morto, ao retornar ao castelo, um intenso jogo de sedução se deu entre a rainha e o cavaleiro. O convite para se aproximar do quarto da rainha durante a noite resultou em um inusitado encontro amoroso e em um mal entendido envolvendo o protetor fiel Kai, que resultou em nova batalha entre Lancelot e Meleagant. Durante o duelo, o rei interveio novamente em defesa de seu filho e, por solicitação da rainha, Lancelot desistiu da luta. Saiu do castelo com alguns companheiros em busca de Gawain, porém foi enganado por um anão que encontrou no caminho, sendo preso por um senescal de Meleagant enquanto os outros encontravam Gawain e o levavam para junto da rainha. A rainha Guinévère, Gawain e Kai retornaram ao reino de Artur.
Um torneio foi organizado no reino de Artur para que as moças da nobreza conhecessem valentes cavaleiros. A notícia chegou até o reinado de Bandemagus, deixando Lancelot extremamente triste. Diante da apatia do cavaleiro, que já não se alimentava mais, a senhora que era esposa de seu algoz o libertou com a condição de que ele retornasse para que Meleagant não punisse sua família. Lancelot foi até o torneio disfarçado, sendo reconhecido apenas pela rainha. Após sua vitória retornou rapidamente à casa do solar, onde voltou à condição de prisioneiro. Como punição, Meleagant ordenou que o prendessem em uma torre.
Assim terminou a história de Chrétien de Troyes, porém o clérigo Geoffroy de Lagny escreveu sua continuação, até a batalha final em que Lancelot duelou e derrotou de forma violenta seu inimigo. O desfecho da narrativa acontece de forma muito rápida, divergindo bastante do andamento dado por Troyes. De qualquer forma, esta obra representa bem os romances de cavalaria e as histórias da corte do rei Artur, que permaneceram vivos no imaginário e na literatura ocidental.

CITAÇÃO ESCOLHIDA

¨ - Não sei qual me odeia mais: a vida que me deseja ou a morte que me vem matar. Assim ambas me matam. Mas não é justo obrigar-me a viver a contragosto. Sim, deveria ter me matado assim que a rainha minha senhora me mostrou semblante de ódio, e não sem razão o fez. Mas houve justa causa, embora eu não saiba qual. Se a pudesse conhecer antes que minh'alma estivesse perante Deus, já a teria expiado tão completamente quanto lhe aprouvesse, desde que compaixão de mim ela tivesse. Esse pecado, qual será? Creio que ela soube que subi na charrete. Não, não sei qual recriminação recebi além desta que me traiu. Se tal é a razão de seu ódio, por que, meu Deus, aniquilar-me assim por esse crime? Quem por isso me exprobou jamais conheceu o amor. Nada que vem de amor e diz amor pode ser censurado. Tudo o que homem faz por sua amiga é amor e cortesia. E não fiz isso por minha amiga? Ai de mim, não sei como dizer! Mas devo dizer amiga, ou não? Não ouso lhe dar tal nome. Porém creio saber o bastante sobre o amor para pensar que, se me amasse, ela não me consideraria mais vil por isso. Deveria me proclamar verdadeiro amigo quando, por ela, tudo o que amor pede me pareceu honra, mesmo subir na charrete. Deveria lançar isso à conta do amor. E a prova verdadeira, pois assim amor põe à prova os seus e assim os conhece. Mas minha senhora não estimou meu serviço. Bem mostrou isso e bem o vi em seu rosto. Mas também é verdade que fiz algo que meus amigos reprovam e dizem que foi para minha desonra. A doce vida tornou-se amarga, como acontece amiúde aos que tudo ignoram do amor¨


 CURIOSIDADES

A charrete

          Para os cavaleiros era uma questão de falta de honra não estar em seu cavalo ou cair dele, desonra maior ainda era andar em uma charrete, que era destinada aos criminosos, mortos, doentes, mulheres e crianças.

Cortesia

         Apesar de parecer simplesmente um romance que retrata uma sociedade feudal, seu enfoque é pedagógico. Sendo destinado a um público específico, as situações exemplares presentes deveriam servir como norma de conduta, pois pode-se imaginar que a situação das mulheres na época era ainda pior.


Opinião do grupo

Achamos a obra muito interessante, pois nela conseguimos perceber as relações de normas e conduta da sociedade feudal e também trabalhar nossa imaginação através das aventuras, típicas dos romances de cavalaria.
       

MACBETH Peça por William Shakespeare

Resumo:

Macbeth é umas das mais celebres tragedias do dramaturgo inglês William Shakespeare, fala sobre o regicídio, culpa, ambição e suas consequências.
Acredita-se que tenha sido escrita por volta de 1603 e 1607.
Shakespeare usa como inspiração os relatos dos reis Duff e Duncan
A obra inicia-se com a previsão das três bruxas a respeito do destino de Macbeth, que viria a ser duque do rei e logo seria rei, porém, a Banquo informaram que ele seria pai de uma linhagem de reis o que deixou Macbeth receoso. Logo em seguida recebeu a notícia que teria sido nomeado duque.
Macbeth escreve então a Lady Macbeth relatando o corrido,o que desperta a ambição da sua esposa. Ela então começa a planejar a morte do atual rei Duncan para conquistar o reino para seu marido. Macbeth, por sua vez, mostra receio para seguir com o plano da morte do rei, porem Lady Macbeth consegue persuadi-lo, na verdade apenas encoraja-o a realizar o que no fundo deseja. Após matar o rei Duncan, Macbeth fica tão atordoado que Lady Macbeth têm que assumir a situação. Incrimina os criados do assassinato. Pela manhã ao descobrirem o assassinato Macbeth encena um excesso de raiva onde acaba por assassinar os guardas do rei, culpando-os do ocorrido. Os filhos do rei com receio de serem mortos resolvem fugir, o que os torna também suspeitos.
Macbeth assume então o reino, já que possui parentesco com o rei e é duque.
Após a conquista do reino de Duncan, Macbeth segue atormentado com a previsão referente Banquo, manda então mata-lo, assim como a seu filho.
Porém seu filho consegue escapar.
No jantar, Macbeth começa a ver o fantasma de Banquo sentado  a mesa, então Lady Macbeht manda todos embora, apavorados com o surto do rei.
Macbeth então retorna as bruxas para saber o destino de seu reinado, elas mandam que tenha cuidade com Macduff, avisam-lo que nennum homem nascido do ventre de uma mulher lhe fará mal e que  jamais será vencido até que a grande floresta vá até ele.
 O que lhe faz pensar que está seguro.
Macbeth tem um reinado minado por violência e massacres, torna-se um tirano. Manda matar todos o castelo de Macduff.
Enquanto Macbath mergulha em sangue, tentando manter seu trono, Lady Macbeth atormenta-se pela culpas dos crimes, enlouquece, confessa seus crimes ao médico e lava as mãos constantemente com o intuito de livrar-se do sangue que enxerga em suas mãos. Sua loucura a consome a ponto de vir à cometer suicídio.
Macduff ao saber do ocorrido com sua família resolve então dar início a guerra contra Macduth. Os soldados de Macduff recebem ordens de se clamuflar com galhos de árvores para chegar até o castelo, onde acabam realizando a terceira profecia das bruxas. Quando Macbeth enfim confronta Macduff informa-o, glorificado-se, que não pode ser morto por um homem nascido do ventre de uma mulher, então Macduff informa-o que nasceu antes do tempo, nasceu de cesariana e mata Macbeth.

Curiosidades:

"O meio teatral é tremendamente supersticioso, mas é difícil destacar uma outra peça tão supersticiosa como Macbeth. De fato, no meio teatral britânico, diz-se que nem o seu nome pode ser pronunciado, sendo muitas vezes anunciada como “the Scottish play“. A superstição construiu-se à volta da noção de que a peça de Shakespeare atrai azar, já que há vários relatos de acidentes graves relacionados com a mesma, desde mortes de protagonistas até incêndios famosos (veja-se o exemplo do Teatro Nacional D. Maria II, em 1964, quando a peça estava em cena). Só o facto de dizer a palavra “Macbeth” num teatro (quando não numa representação da mesma) pode trazer azar requerendo um ritual de purificação complexo (que pode envolver, entre outras coisas, dar voltas completas ao recinto do teatro, cuspir, recitar um verso de outra peça de Shakespeare e ser convidado a entrar de novo). É, de fato, uma peça amaldiçoada."


Citação escolhida pelo grupo:

 "Seyton: A rainha, meu senhor, está morta.


Macbeth: Deveria ter morrido mais tarde.

Haveria, então, lugar para uma tal palavra.
O amanhã, o amanhã, o amanhã,
avança em pequenos passos,
de dia para dia,
até a última sílaba da recordação,
e todos os nossos ontens
iluminaram para os loucos
o caminho da poeira da morte."

Fedra - Jean Racine

Resumo:

Fedra é uma tragédia escrita durante o império romano, baseia-se principalmente na tragédia de Hipólito e Eurípedes.
Retrata a história de Fedra esposa de Teseu e seu ato de luxúria com o enteado Hipólito.
Fedra por muito tempo esconde seu amor por Hipólito, por anos o afastou dela, e o fez ter ódio para que mantive-se o controle de seu amor. Após Teseu desaparecer e ser dado como morto, Fedra confessa a Enone sua confidente sobre seu amor por Hipólito após muito renunciar e desejar sua morte por seu delito, Enone por sua vez convence Fedra a conversar com Hipólito sobre seu filho para apoia-la sobre o reinado do filho, porém fedra não se controla e conta tudo a Hipólito, sobre seu amor. O mesmo tenta fingir não ter entendido, Fedra então pede que ele a mate e diz se condenar e odiar-se tanto quanto ele.
Hipólito por sua vez tem amor por Arícia, prisioneira de seu pai Teseu, que matou todos seus familiares, restante apenas ela, um amor proibido.
Fedra consola-se então por Hipólito negar seu amor por seus ideais religiosos, e sua reputação de renegar o amor e suas luxúrias.
Após sua confissão, surgem boatos de que Teseu ressurgiu e está vivo.
Com isso Enone tem a ideia de ir dizer a Teseu que seu filho Hipólito, aproveitando-se de sua morte tentou seduzir Fedra, o que deixa Teseu furioso.
Conversando com Hipólito não acredita em nada que ele diz, e amaldiçoa-o pedindo a Netuno que o vingue.
Após Teseu contar a Fedra que Hipólito disse amar Arícia, ela entra em surto por ciúmes, culpa Enone e a mesma se mata com medo do suicídio de sua patroa e suas acusações.
Após a morte de Enone, Teseu desconfia da infidelidade de Fedra para consigo. Quando surge para falar com Hipólito descobre que um monstro o atacou na floresta e após o enfrentamento Hipólito venho a falecer.
Quando Teseu surge para questionar Fedra descobre então que está venho a suicidar-se.
Teseu resolve então adotar Arícia como sua filha e convive eternamente com a traição de sua esposa e a morte de seu filho, causada por sua culpa.

Curiosidades:

Complexo de Fedra

"Refere-se à mãe que se apaixo­na por seu filho. O termo também é usado com referência a uma atração não-patológica entre padrasto e enteada (ou madrasta e enteado), uma contrapartida da relação edipiana, obser­vada mais freqüentemente em conseqüência das taxas cada vez maiores de divórcio e novo ca­samento."


Citação escolhida pelo grupo


"FEDRA
Ah! sim, cruel! bem m’entendeste.
Para te desenganar disse bastante.
Pois bem! conhece Fedra, e seus furores.
Amo. Não penses que a meus próprios olhos
Inocente, os ardores meus aprove;
Nem que do fero amor que me enlouquece
Nutra o veneno a minha complacência.
Infausto objeto das celestes iras,
Mais me odeio, que tu me não detestas.
Sabem-no os deuses que em meu seio o fogo
Acenderam, fatal a toda a estirpe;
E que de seduzir fazem alarde
Incauto coração de mortal frágil.
Lembre-te mesmo do que se há passado.
Fugir-te não bastou, fiz expulsar-te;
Cruel! quis-te parecer feroz, tirana;
Para melhor resistir, busquei teu ódio.
Mas que me aproveitou cuidado inútil?
Tu me odiavas mais, eu mais te amava.
Novas graças te dão teus infortúnios.
Eu me abati, mirrei no fogo, e pranto.
Para to persuadir bastam teus olhos,
Se um momento teus olhos podem ver-me.
Que digo? A confissão tão vergonhosa,
Que acabo de fazer, crê-la espontânea?
Pra um filho, que trair não me atrevia,
Vim tremendo pedir vossa amizade.
Projetos vãos de um peito apaixonado!
Ah! só pude falar-te de ti mesmo!
Vinga-te: de odioso amor me pune.
Digno filho do herói que te deu vida,
Dum monstro que te irrita o mundo livra.
De Teseu a viúva, amar Hipólito!...
Crê-me, não deixes mais viver tal fera;
Eis o meu coração: deves rasgá-lo.
Impaciente de expiar a ofensa,
Ante o teu braço sinto que se avança.
Fere: ou se o crês indigno de teus golpes,
Se um tão doce suplício inda m’invejas,
Ou se em sangue tão vil temes manchar-te,
Em falta de teu braço, dá-me a espada,
Dá."


Odisséia - Homero

Resumo Odisséia conta o trajeto de Odisseu (ou Ulisses), rei de Ítaca, saindo da guerra de tróia - escrita em outra obra de Homero, Ilíad...